Suspeito de extorsão obrigava vítima a colocar dinheiro em túmulo no DF

Segundo o delegado da 11ª DP do Núcleo Bandeirante, Victor Dan, o suspeito investigou a vida da vítima através das redes sociais e de amigos dele, e depois passou a ameaçá-lo.
"Ele conhecia pessoas próximas à vitima, colhia informações de pessoas que jamais imaginavam que estavam passando informações para um criminoso", disse o delegado.
"Ele também descobria o perfil dela nas redes sociais e passava a estudá-la. A partir daí, ele passou a ligar para a vítima durante 15 dias, exigindo R$ 6 mil para ficar em silêncio e não revelar o segredo da vítima", completou.
De acordo com o delegado, a escolha do cemitério como local para entrega do dinheiro foi feita para "embaraçar" e "aterrorizar" a vítima.
"O que chamou a atenção é que, para aterrorizar ainda mais a vida da vítima, ele exigiu que o dinheiro fosse depositado em cima do túmulo, em um cemitério em Taguatinga", disse Dan.
Na sexta-feira (24), a vítima depositou o dinheiro dentro do túmulo indicado pelo suspeito. A Polícia Civil já investigava o caso havia sete dias e policiais se revezaram fazendo campana no cemitério e aguardando a chegada do suspeito.
"Hoje, por volta das 10h, ele foi pegar o dinheiro. Os agentes da 11ª DP estavam no local e ele foi preso em flagrante", disse Dan. "O suspeito ainda tentou resistir à prisão."
A pena para o crime de extorsão é de 4 a 10 anos. O suspeito será encaminhado para o Departamento de Polícia Especializada (DPE) e em seguida para o presídio da Papuda. Segundo o delegado, o técnico em enfermagem já tem passagem na polícia pelo crime de ameaça.
"O crime de extrosão é tão grave quando um roubo à mão armada", disse o delegado. "A pena é a mesma porque causa prejuízo não só econômico, mas psíquico na pessoa, que acaba fazendo o que ele exige. São poucas as pessoas que têm coragem de procurar a polícia."
"O fato de ser um cemitério ainda aumenta a pena porque tem um artigo no Código Penal que diz que a circunstância do crime, quando grave, pode aumentar a pena", disse Dan. "Isso é circunstância grave. Isso é prejuízo psíquico, fazer a vítima ter que ir no cemitério, para botar a chave no túmulo e botar o dinheiro."
O delegado alerta para a importância de não se expôr nas redes sociais.
"Ele estudou tanto a vítima que conseguiu convencê-la", disse. "É muito comum esse tipo de crime usando as redes sociais. Tem que ter cuidado porque muitas vezes a pessoa se torna vulnerável. A gente tem que usar o máximo os recursos de privacidade, de segurança, para evitar casos semelhantes a esse."
Fonte: http://g1.globo.com/distrito-federal/